"PALAVRAS NÃO SÃO A ÚNICA MANEIRA DE SE DIZER ÀS PESSOAS O QUE SE QUER DIZER."

06 maio, 2018

Não mais do mesmo

Fazem mais ou menos dois anos que não escrevo nada neste blog. São dois anos que se passaram em silêncio. Estava lendo minha ultima postagem, e ela continua tão atual. Sinal de que o meu estado do espirito anterior não fora modificado até agora. Isso é grave.
Passei muito tempo anestesiada na minha vida. Ainda sinto que a anestesia não passou completamente. Sinto como se algo dentro de mim estivesse partido e o brilho se esvaído. Não me reconheço mais, já faz muito tempo. Aliás, faz muito tempo que sei que me perdi num caminho que não encontro retorno. Dentro de um vazio de vontades, tento entre cores, desenhos e texturas achar um pouco do brilho que se foi. Mas não, não encontro. O cinza, o negro e o branco do vazio permanecem dentro de mim.  Sentimentos se modificaram, os modos de ver as coisas se tornaram mais duros. A minha ingênua inocência se perdeu num caminho que não se faz possível mais. Dizem que a Filosofia é um caminho sem volta, que você passa a ver coisas que não via antes da abertura à Filosofia. No entanto, juntar esta abertura a experiencia vivida da vida, te faz não ter esperanças. Você se depara com um despertar que nunca sairá de seu ser. Um despertar que não tem remédio, não tem remédio algum que te faça dormir novamente. A vida se torna mais negra e sem explicações, mesmo diante das explicações racionais que possa encontrar dentro dos livros. Não explicações de vida, explicações do coração.  Entre cores e texturas, meu coração se pinta de preto e cinza em cada linha. Eu me vejo mais desinteressante. Não tenho mais o mesmo brilho nos olhos que um dia tivera. Continuo a mesma, mas não sou mais a mesma que fui. Ironia do devir. Ironia do tempo e das experiencias. Queria ter permanecido igual. Queria ser a mesma, mas não mais do mesmo sentimento que fora plantado dentro de mim uma tarde de solidão.

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