"PALAVRAS NÃO SÃO A ÚNICA MANEIRA DE SE DIZER ÀS PESSOAS O QUE SE QUER DIZER."

06 abril, 2021

dor da morte

Minha dor  continua intensa, intensa e escondida dentro de mim. As pessoas não conseguem entender que carrego em mim uma inconformidade com a realidade, que me tira do eixo, que me joga para o sonho e o desejo. 
Queria você de volta Angel... não me conformo com a morte, apesar de saber de sua irreversibilidade, não me conformo  com o andamento do tempo, com o não domínio do acaso, apesar de não ter meio de conte-los. 
A crueldade de Deus é  insuperável. O ciclo que deve ser vivido é  doloroso. Romantizamos a dor, procuramos desculpas que diminuem o que de fato ela é.  A dor da morte, a dor do clico temporal é  insuperável... inventamos pós vidas, esperanças, inventamos possibilidades para diminuir essa dor. Mas ela, apesar de se tornar escondida, é  intocável, inalterável. O tempo apenas a mascara, joga com o seu poder de significação. 
A dor de perder o ser que mais amei na minha vida é  insuportável, a dor de não tê-la presente é  incomensurável. Angel era uma filha pra mim, um pedaço de mim, do meu coração. O tempo levou esse pedaço, e ele não pode ser substituído. Não existe maneira de tomá-lo de volta pra mim. Me sinto incompleta sem a Angelzinha. 
Me sinto também enganada pelas promessas de esperança, de retorno, de nova vida,  de anjos e almas que  fazem parte  da nossa vida e que sempre farão  parte do nosso círculo familiar. Nos auto enganamos com esperança para não sentir dor, ou na tentativa de diminui-la. Mas não há essa possibilidade. A dor da perda, a dor da morte permanece em nós,  porque quem foi perdido era único e exclusivo. A morte nos toma todas as possibilidades, a morte nos toma a chance de felicidade. 
Saudades pequena, eternas saudades minha Angel....sua partida me levou com você....