"PALAVRAS NÃO SÃO A ÚNICA MANEIRA DE SE DIZER ÀS PESSOAS O QUE SE QUER DIZER."

26 julho, 2019

Dores, sonhos e eus

Certas descobertas nos movimentam de dentro pra fora. Certas descobertas são tão velhas e nos assustam, por terem estado sempre ali, mas se apresentam como a novidade que nos reconstroem.
Reconstruções nunca são fáceis. Uma reforma de si pede muito mais do que a simples expectativa do hoje. Como se reconstruir com o que resta do seu passado? Como fazer algo velho ser novo, e ressignificar suas dores e expectativas?
Ressignificar é antes tornar uma dor em sonho. Ressignificar é muito maior que aceitar, é transfigurar a realidade em possibilidade. Mas como dar sentido ao possível? Como transformar o medo em esperança?
Temos obstáculos internos que nos impedem de descobrirmos nossos próprios eus, nossos desejos mais internos. Nos boicotamos a todo instante, considerando a dor a única saída possível, por não acreditar na própria força que existe dentro de nós. Recapitulamos sofrimentos como verdadeiros, impedindo que o ressignificado floresça. Afastar as ditas verdades mais profundas, afastar a sombra dos medos e sofrimentos é a única possibilidade de recomeço, de conquista de sonhos e reconstrução do eu. Afastar todas as ideias pré-concebidas, pré -conceitos estabelecidos, imposições sociais e familiares. Reconstruir cada pedacinho com a verdade que temos dentro de nosso ser, com aquela luz que temos dentro de nós e que nos guia em cada passo, em cada transpor até a clareira... A clareira da mente, a clareira da alma, lá onde encontramos as estrelas.

26 março, 2019

Até logo, minha Bibis

Demorei alguns dias para conseguir escrever aqui sobre isso. Esse blog é como se fosse um caderno de sentimentos e as vezes expressá-los é mais difícil do que se pode imaginar.

Perdi minha Bibis. Ela partiu no último sábado dia 23/03/2019. Não sei se por negligência veterinária ou descuidado por parte do namorido. Sim, pode ter só sido destino, no entanto a Bibis estava com anemia por causa da Felv +  quando foi levada ao veterinário. E a veterinária não fez a transfusao de sangue, não a deixou internada com sonda para se alimentar melhor, sendo que estes procedimentos pelo que pesquisei são consenso nesses caso. Simplesmente deu ricovery e ferro e mandou pra casa. Dureante a noite de sexta, ela piorou muito, e a veterinário disse pra continuar dando comida e soro, somente. Meu gato estava morrendo e mesmo com pedido de socorro, de emergência nada foi feito, só um vamos ver, tem que esperar. Isso magoou demais, um descaso que retirou a chance da minha pequena, da minha bolinha sobreviver e se recuperar.
Eu não estava lá quando ela partiu, eu estava no meio de uma viagem, estava na casa dos meus pais, e tudo aconteceu tão rápido, pouco mais de 24 horas. Nem chegar pra ficar ao lado dela nesse lime tô difícil eu pude. Me culpo pela viagem, talvez ela tenha comido pior sem eu por perto. Culpo o namorido, pois ele não seguiu minhas recomendações para dar as comidinhas, os franguinhos para ela, o que pode ter feito ela perder muito ferro nesses últimos dias. Mas principalmente estou indignada com a veterinária. Eu confiei nela, achei que soubesse o que estava fazendo, entretanto me pergunto o porquê ela não fez a transfusao Jô momento que a Bibis chegou em sua clínica, sendo que ela apresentava as mucosas brancas, com claros sinais de anemia grave. Ela tinha o dever de falar da possibilidade, e eu deveria tomar a decisão. Não me conformo que perdi um grande amor, uma gatinha que me ensinou tanto porque não foi feito tudo que se podia. Ela poderia não ter resistido, sim podia. Mas ainda assim, eu gostaria de ter tentado, pelo menos eu teria a certeza q fiz de tudo para não perdê-la.
Ficou a dor, a saudades, um vazio imenso que nem sei como mensurar. A dor que sinto hoje, não vai passar tão fácil. Lembrar dela correndo, brincando, pegando sol, no meu colo, se esfregando nas minhas perdas, a confiança e amor que ela tinha por mim, dói muito. Eu perdi tudo isso. Eu não pude segurá-la no colo uma última vez. Eu não pude dizer que a  amava muito.  E essa dor, esse vazio de estar no mesmo lugar e não ter ela por perto, não pode ser explicado ou superado.
A Bibis era única, demoramos quase 10 meses para poder fazer carinho nela. Era muito desconfiada e assustada, tinha medo de toda e qualquer mão em sua direção.  Mas depois que confiou mais, começou a se esfregar alucinadamente, e ao se esfregar nas minhas pernas eu fazia carinho nela, sem que ela visse minhas mãos. Depois ao passar do tempo, consegui lhe dar colo, pegar ela no colo e dar uma apertadinha! Ela adorava! E o momento mais feliz da minha vida, quando ela vinha, subia no sofá e no meu colo, e dormia tranquilamente. Agora não terei mais isso, não terei a Bibis no meu colo, não terei o seu amor por perto... Ficou o vazio de não a ver brincando na garagem, de não a ver pegando sol que ela tanto adorava, de não a ver. Pretendo na grana e arranhando uma resto de tronco! Não terei ela andando atrás de mim, não terei ela arranhando a cobrinha na minha porta e tão pouco o som dela bebendo água! E como bebia água! Ficou um amor, uma saudades e uma dor que nunca saberei explicar. Queria vc aqui comigo, mais um tempo, pra compartilhar ainda mais amor. Queria ter tido mais tempo com vc....
Não sei se voltarei a confiar na veterinária, e também não sei se o namorido entendeu a importância de não mudar os hábitos dos gatinhos, não sei se consiguirei não culpá-lo por não ter seguido o que pedi. Só sei, que a morte da Bibis foi uma sucessão de erros, todos erramos é verdade, mas quando há uma vida em jogo, cada erro pode ser fatal, e foi o q houve.
Eu só gostaria de ter estado ao lado da Bibis no momento que ela mais precisou de mim. Eu gostaria de ter salvado a minha Bibis. Eu gostaria que Deus tivesse permitido que ela ficasse mais um tempo comigo. Nunca vou te esquecer, nunca vou esquecer o seu jeitinho e o modo como me olhava... Eu te amo minha Bibis! Eu te amo muito! E não sei como vou seguir a vida sem você. Espero que essa sua partida, seja apenas um até logo...

21 fevereiro, 2019

Um sofrimento

O sofrimento pode ser físico, emocional, mental, momentâneo, duradouro. Pode parecer infinito às vezes, pode nos levar a delírios e tristezas profundas. Quando algo nos machuca e não conseguimos resolver, aquilo passa a pulsar junto com o sangue que corre nas veias, passa a pulsar entre os pensamentos diários, passa a vivenciar cada instante da nossa vida.
Precisamos resolver os sofrimentos, principalmente os emocionais. Eles são os mais perigosos, nos levam a todos os outros. A incerteza da resolução de um problema pode nos tirar de todos os eixos.
Mas qual a solução então? Seria não ter expectiva de solução? Seria guardar o sofrimento e fingir que ele não está em você? A expectativa nos causa ansiedade. Então se conseguimos não alimentá-la, seria um caminho. Mas como não alimentá-la? E fingir a não existência nos leva a loucura.  Fingir a não existência agora pode ser a solução momentânea, mas no decorrer do tempo nos leva a deficiência de nós mesmos, nos leva a um vazio e a transformação do que somos para algo mais distante do  que já fomos ou seremos. Perdemos nosso futuro. Como resolver então?
Os problemas emocionais precisam ser resolvidos, e é preciso partir de si mesmo, entender que existem problemas que só devem ser aceitos, mas que não podem ser resolvidos, pois não dependem de você.  E aos que dependem só de você, para além de uma aceitação, é necessário mudança. Mudança de condutas, mudança de pensamentos, mudança de olhar.

11 janeiro, 2019

As mãos

As mãos falam mais do que gostaríamos. Elas escrevem palavras no papel, passam pra ele o que nossa mente pensa e o que nosso coração sente. Mas as mãos mais do que escreverem palavras, mostram nossa vivência, com seus calos e rugas, manchas e cicatrizes. As mãos dizem se trabalhamos com coisas manuais e duras, se pegamos sol demais, ou se ficamos horas enfornados dentro de uma sala em frente ao computador. Além de contar a nossa história, as mãos também, através de um toque, dizem o que o outro está sentindo, as mãos apaziguam a dor de outro, a mão dá amor, dá dor, dá carinho, dá angústia... A mãos dão adeus. Mas há vários tipos de adeus que as mãos proferem, o adeus das palavras, o adeus da morte, do abraço que aconchega, o adeus do último carinho que não vai mais se repetir. As mãos são o símbolo da humanidade. Elas e seus polegares opositores que nos permitem tantas coisas, pegar coisas, produzir instrumentos variados, tocar música, fazer sinais, escrever  palavras, mas principalmente tocar o outro e dar adeus, reproduzem antes os sentimentos e pensamentos, e não pode haver no mundo junção mais humana que das articulações do coração, da mente e do corpo são formadas. As mãos são a lembrança de um toque, de uma vida, de um sonho... As mãos, e, somente elas, são os sentimentos inscritos no ser de cada um.